Thursday, August 11, 2005

Coluna de Arnaldo Jabor


Se existe um homem que merece minha admiração, o nome dele é Arnaldo Jabor.

O carioca Arnaldo Jabor já foi técnico de som, crítico de teatro, fez roteiros, dirigiu curtas e os longas metragens “Toda Nudez Será Castigada”, “Tudo Bem” e “Eu Te Amo”. Mas, em 1991, ele deixou de lado o cinema para investir na carreira de jornalista. A mudança, no entanto, não ocorreu por acaso.

Em março de 1990, Collor e seu fiel escudeiro, Ipojuca Pontes, transformaram o cinema brasileiro num pesadelo. Meus projetos foram por água abaixo, me vi sem um tostão e tive que procurar emprego. Foi o jornalismo que me fez voltar a comer em 1991. E eu tenho que agradecer pela descoberta dessa vocação oculta em mim – conta.

Certamente a formação generalista de Arnaldo Jabor contribuiu para que ele se tornasse um crítico de tudo quanto é assunto. Ele fala do governo e das esquerdas, das desgraças do Congresso, da reforma agrária, das muitas outras reformas necessárias para o Brasil, da globalização, da picaretagem, do que der e vier.

A estréia de Arnaldo Jabor no Jornal da Globo foi no dia 6 de novembro de 1995, como comentarista dos fatos políticos, culturais e de comportamento do país. A ironia dos comentários - sua marca registrada - ele também levou para o Bom Dia Brasil e Jornal Nacional.

Na TV, mais importante do que ser profundo, é ser claro e interessante todo dia – define Arnaldo Jabor, que cumpre muito bem essa regra.


Já que no Brasil não se fala em outra coisa, vou me permitir colocar o ensaio exibido em Terça-feira, 02 de Agosto de 2005...

VERDADES E MENTIRAS

O Zé Dirceu quis usar a corrupção para fazer uma revolução. O Jefferson veio da corrupção e está fazendo uma revolução no país.

A verdade do Dirceu virou mentira, e a mentira do Jefferson virou verdade.

Através das mentiras, vamos adivinhando as verdade. O PT quis tomar o Estado como numa revolução. Dirceu e a cúpula do PT se uniram numa e estratégia de alavancar dinheiro do governo para o poder futuro do PT.

Mais de 60 milhões de reais só de Marcos Valério. Nesta terça-feira, Dirceu usou a técnica de negar tudo. Dizia que não sabia de nada e não controlava nada, nem no governo, nem no PT. Parece que tudo foi o Valério quem fez sozinho, dando dinheiro para o PT por amor.

Só que Marcos Valério não deu dinheiro a ninguém. Ele devolvia por bancos favorecidos combinado tudo com agentes do PT e do governo. Ele devolvia o dinheiro para pagar mensalões para o ‘caixa 2’ futuro do PT.

Interessa saber quem deu os milhões a Valério. De que estatais? De que empresários? De que campanhas de publicidade falsas? Do superfaturamento de quais obras públicas? De onde veio essa grana do povo que o governo Lula deu a Valério e ele redistribuiu?

Valério era apenas agente do governo e do PT, que não viram nada nunca, que se dizem cegos, surdos. Só que nós brasileiros não somos tão imbecis como eles pensam.


É sempre bom ler um pouquinho do que pessoas inteligentes como o Arnaldo escrevem....fazem-nos pensar....o que nos torna mais saudáveis!

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